quinta-feira, 6 de março de 2008

Ferroada na Reserva Ecológica Nacional - 2

Afloramentos do jurássico que já foram destruídos em terrenos baldios e na Reserva Ecológica Nacional
(40°18'10.25"N 8°37'13.71"W)


Uma pequena amostra duma paisagem velha de milhões de anos (+/- 140 milhões) que fizeram o favor de em dois anos destruirem complectamente a foto acima é de 2003. Estes afloramentos ricos em fosseis que se podiam ver a descoberto, tinham grande valor paleontológico e estratigráfico além de cultural e pedagógico. Esta paisagem constituia um biótopo que dava vida a uma fauna e flora única na região, orquídias raras, ervas aromáticas, aves como a cotovias, petinas, cartachos, pinta roxos, labercos, boieiras e cirolicos uma ave que fazia o ninho nestes afloramentos com pequenas pedras (marga) e com as quais se confundiam os ovos e aves devido ao seu mimetismo cromático.



Pois bem, para plantar eucaliptos que estão vermelhos de vergonha pelo sucedido, destruiram a paisagem nestes baldios que têm as autarquias como entidades administradoras, além do mais este local está situado em plena Reserva Ecológica Nacional, nesta primeira elevação a seguir à planície gandareza e por isso denominada "Horst de Cantanhede".

Esta elevação divide a Bacia Hidrogáfica do Vouga a poente da Bacia Hidrográfica do Mondego a Nascente e é também a fronteira a nascente da exsurgência dos Olhos da Frevença, o que aqui se fizer de mau de algum modo irá afectar negativamente os aquíferos desta fonte de água que nos abastece.

É de referir que as autarquias, Junta de Freguesia de Cadima e Câmara Municipal de Cantanhede têm conhecimento desta e de outras situações que serão publicadas aqui.

O provérbio: - "Quando passares pela terra dos tortos, fecha um olho."

1 comentário:

Henrique Monteiro disse...

Parabéns pelo blogue! Está óptimo!