quarta-feira, 19 de março de 2008

Reflexão - "A Agenda 21 a águia e o passarinho"

Reflexão - "A águia e o passarinho"
Numa sessão solene, num dia 25 de Abril, no Salão Nobre dos "Paços do Concelho" ouvi discursos bons sobre escola e educação e ouvi o que disseram duas pessoas ambas com responsabilidades politicas no nosso município de Cantanhede, o que vou dizer tem-me martelado há quase um ano a cabeça, porquê? Vou tentar explicitar!...
Na referida sessão foi dada a palavras aos responsáveis dos grupos (partidários?) que constituem a Assembleia Municipal- Um primeiro Senhor falou que era necessário que a nível ambiental, se cumprisse no concelho o recomendado na Agenda 21.- Um segundo senhor contou a seguinte estória (budista julgo)* adaptada: Um dia a floresta estava em chamas e uma águia encontrou um passarinho atarefado e cansado de levar água no bico, que despejava sobre as chamas que devoravam a floresta. A águia perguntou ao passarinho "o que estás a fazer?" ao que o passarinho respondeu "estou a combater o fogo que consome a floresta!" ao que a águia replicou "então não vez que não consegues só com umas gotinhas de água?!" e o passarinho disse "se todos fizerem como eu conseguimos".
* neste sítio


O primeiro senhor teve alguns tímidos aplausos e foi considerado um esquecido porque lhe lembraram que a (Agenda 21) já era cumprida em Cantanhede há mais de dez anos, (os factos desmentem tal afirmação) claro que há excepções, pontualíssimas.



O senhor da estória "adaptada" recebeu uma enorme ovação e elogios.



E eu fiquei a pensar...

Atão, o primeiro senhor focou algo pertinente e viável, era preciso "cumprir as recomendações da Agenda 21" o segundo não disse nada víavel (não estou a ver apagarem-se fogos com águias e passarinhos) , mas com a pretensa "moral da estória" responsabilizou toda a gente (que não estivesse com o passarinho) se o fogo destruísse a floresta, suponho eu.



Nesta estória da “floresta a arder” ou de tudo o que é susceptível de arder, ainda me permito pensar nésciamente, que só antigamente é que os animais falavam, no entanto duvido, que mesmo nessa era dourada, os passarinhos se chegassem à fala com as águias. Hoje tenho a certeza as águias já não falam com os passarinhos, comem-nos!..., enquanto a floresta arde. Mas se por ventura, algum motivo (chuvisco ou outro motivo, que até podem ser outros "passarinhos") extingue o fogo, sempre aparece a águia com o passarinho na barriga a dizer pela boca de "outros": - "aqui está quem apagou o fogo" se o contrário acontecer, a floresta arde… a sentença já fora dada, todos foram responsáveis.
Se quem tem a responsabilidade a dividir por todos, com que responsabilidade fica? Esta (a resposabilidade) é algo copiosamente distribuído por todos... é o que penso...

Atenção "passarinhos" o dia da floresta vem aí e a Primavera está a chegar e com ela muito sol, cores, ninhos, flores e romance.
O provébio "Ave de rapina não canta"

1 comentário:

Henrique Monteiro disse...

Como dizia o ti'Parracho: "No tempo dos Celtíberos, os homens eram barbáros, subiam às arvóres p'ra matar os passáros"."Hoje, como não podem subir dão-lhes com uma bêngala!"