domingo, 5 de julho de 2009

Ninho na praia




No areal a sul da Praia da Tocha, enquanto caminhava encontrei este peculiar ninho com dois ovos. Será de maçarico, aquela ave que corre à beira mar e que é comum nesta zona?
Apesar de tudo cumpre a recomendação urbanistíca de utilizar os materiais da região, seixos e conchas.

17 dias depois


Depois de ler os comentários, fiquei com vontade de voltar ao ninho, hoje voltei à praia e procurei o ninho, tenho pontos de referência. Encontrei-o e fiquei um pouco perplexo porque fui assaltado por várias dúvidas, o ninho parece intacto no entanto os ovos desapareceram, terão eclodido? não encontrei cascas de ovo nas imediações, angustiou-me o facto de haver uma pégada de cão bem junto do ninho. Prefiro pensar que os passarinhos conseguiram sobreviver, o que é bem possível, apesar de todas as adversidades.

O Provérbio: - "Ave só, não faz ninho"

Posted by Picasa

20 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Mal sabem os pássaros que têm de mudar de hábitos ou extinguirem-se.

Arsénio Mota disse...

Caro amigo:

As suas imagens e achado tornam a colocar-me a questão: por que motivo os homens, alegadamente tão dotados de inteligência, não mostram possuir a inteligência plena da bicharada toda da natureza? Essa bicharada humilde, sem «consciência», sabe perfeitamente conservar-se e reproduzir-se (sem agressões). Veja-se como os ovos no ninho beneficiam com o calor do sol que as conchas e pedrinhas acumulam! Que lição, não acham?

Carlos Rebola disse...

Amigo A. João Soares
Lá estarei para comentar.
Abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Táxi

Os pássaros têm a vantagem de uma aprendizagem milhões de anos, uma evolução segura ao contrário do homem que surgiu por cá há bem pouco tempo, (para os criacionistas o tempo é mínimo acerca de de seis mil e quinhentos anos) neste pequeno período de tempo, nomeadamente nos últimos dois séculos tem provocado tremendos estragos na biodiversidade, tem-lhe valido até aqui a sua enorme capacidade de adaptação, ao contrário da maioria dos animais, talvez os microorganismos e insectos suplantem esta capacidade do homem de adaptação. Nesta guerra estúpida, como estúpidas são todas as guerras é possível uma vitória dos mais minúsculos à nossa escala.

Abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Caro amigo A.M.

As aves nascem dotadas de asas, ao contrário dos homens, mas estas apesar disso não desafiam a Natureza procurando a cada momento voos mais altos, o mito de Ícaro há milhares de anos já nos advertia para esses perigos.
É verdade amigo temos tanto a aprender com os animais como por exemplo como funciona o ar condicionado numa colónia de térmitas sem qualquer consumo de energia eléctrica ou do petróleo, a luz florescente dum pirilampo, ou ainda a sustentabilidade produtiva e social numa colónia de abelhas, etc.
Quanto temos que aprender com a natureza para podermos sobreviver sem o risco de a destruir e sem, principalmente, nos auto-destruirmos.

Um abraço
Carlos Rebola

Mariazita disse...

Mas que "achado" maravilhoso!
A minha dúvida é: estará em segurança? Não se lembrará alguém, ao encontrá-los, de destrui-los?
Eu acho que não ficaria descansada...mas também o que se poderia fazer??? Pôr uma rede de protecção à volta? Ainda chamaria mais a atenção...
Confiemos na Mãe-Natureza para proteger essas futuras aves.

Boa semana e uma noite feliz

Beijinhos
Mariazita

advheleno disse...

Não greio de que seja de Maçarico, mas que é necessário preservar a nidificação em causa creio que ninguém tem dúvidas. Ao contrário da
Mariazita, entendo que os ninhos não devem ser escondidos, devem é ser assinalados para que a massa dos frequentadores da costa, na epoca da nidificação, os não possam destruir.
E isso, é um trabalho do Estado, o que é dizer do Governo, das Camaras e das Freguesias.
Cuidado é com a Câmara Cantanhede! Não é Ferroada!

Carlos Rebola disse...

Mariazita

Este tipo de ninhos está bem simulado no meio onde as aves os fazem, a camuflagem é extraordinária. Penso quando ocasionalmente encontramos um, dezenas de outros nunca serão encontrados. Ainda pensei em monitorizar este ninho no entanto preferi deixá-lo em paz, para que cumprisse o objectivo, assinalá-lo seria interferir na privacidade daquela "casa", o perigo é que seja destruído inadvertidamente pelos pés dos veraneantes ao passear no areal.
É como diz Mariazita, confiemos na Mãe-Natureza, pois ela prova-nos todos os dias que sabe muito bem cuidar de si, nós por vezes, muitas vezes, é que pensamos dar-lhe uma mãozinha, manipulando-a de acordo com os parâmetros de uma civilização voltada para o que é considerado progresso e comodidades.

Beijinhos
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Caro Heleno

Também tenho dúvidas quanto ao tipo de ave dona deste ninho.
Devido à sua boa camuflagem assinalar um ninho seria expô-lo à curiosidade das pessoas, o que penso é que isso seria fatal para o próprio ninho, até porque as aves não "gostam" muito de visitas à sua própria casa.

Sendo o ambiente propriedade de todos, todos devemos defendê-lo conforme prescrito na CRP artigo 66.º, com especiais responsabilidades dos governos e autarquias.
Um perigo novo para a fauna e flora dos nossos areais na orla marítima são as moto quatro, a própria GNR usa-as nas suas patrulhas, tenho fotos que o comprovam nesta área.
Caro Heleno o "Ferroada" cá vai "picando" na sua perspectiva de que "devemos pensar global e agir local" conforme recomendado na Agenda 21 para o ambiente, continuo a pensar e a sentir que a Câmara de Cantanhede está longe de atender a esta recomendação tão importante para todos na criação de condições de sustentabilidade, palavra tão utilizada actualmente mas só para a economia financeira.

Um abraço
Carlos Rebola

Manel disse...

A maior praga poluidora das praias é a presença de pessoas em bandos, só porque é moda.
Então na Praia da Tocha e nos fim de semana aparecem bados de aventesmas, também conhecidos por automobilistas.

Carlos Rebola disse...

Manel

É impressionante a quantidade de rastos de pneus no areal junto à linha de água e nas dunas, pior é o constante acumular de lixo de toda a espécie no areal. Claro que as pessoas também fazem os seus estragos, isto verifica-se pelo lixo arrastado para as dunas.

Abraço
Carlos Rebola

São disse...

Esperemos que sim, que estejam vivos.

Tudo de bom.

Carlos Rebola disse...

São

Também espero que tenham sobrevivido. Entre tantas aves que correm, junto da linha da rebentação das ondas, caçando pulgas do mar e outros crustáceos,pode ser que entre elas estejam os que nasceram deste ninho. Gosto de os observar enquanto caminho.

Beijos
Carlos Rebola

advheleno disse...

De toda esta troca de opinião, da única que nâo concordo é da do Manel.
Os, bandos de aventesmas, também conhecidos por automobilistas, acontecem no Estádio da Luz, em Fátima, na Expofacic, etc.
E a culpa da existência de "aventesmas" de quem é?
É uma questão de cultura! E como se acultura um povo?
Eu penso que sei, mas não digo, senão os grandes grupos económico-financeiros e a supra estrutura politica que deles depende, ainda davam cabo dos Blogs da nossa terra...

Carlos Rebola disse...

Caro Heleno

As populações adaptam-se às mudanças de cultura social e económica, a aculturação, é pois, natural.
O aumento do poder de aquisição de bens, (automóvel), e a melhoria das acessibilidades (vias de comunicação) traduzem-se numa maior afluência aos destinos desejados, neste caso à Praia da Tocha. Também seria natural que esta aculturação fosse acompanhada duma maior consciência de todos para a preservação (sustentabilidade) do ambiente, vivemos num tempo em que é importante fazer uma eficaz filtragem do que é alienação e manipulação tantas vezes difundida pelos poderes instituídos com objectivos conscientes de orquestração das massas em sintonia com as suas "músicas". Para mim é muito bom fruir da orla marítima uma certa nostalgia do mar leva-me até à Praia da Tocha frequentemente e em qualquer época do ano, passo pela praia sem ali me deter, recordo a mesma praia umas décadas atrás aí sim tenho a imagem dum areal coberto de ossos de galinha e ramos secos e verdes de camarinheiras e de uns vultos negros (avantesmas?) estendidas a dormitar vestidos dos pés à cabeça como se estivessem a proteger de qualquer tempo maligno, alguns molhando os pés até aos tornozelos, eles de calças arregaçadas e elas de saias subidas até aos joelhos. Hoje o panorama é outro. Surgiram os plásticos e embalagens dos prontos a come e a beber, fora da área da praia, nas dunas resultado do incumprimento da legislação sobre poluição no mar vemos toda a espécie de artefactos usados na pesca e nos navios mercantes, aqui sim há avantesmas que estão a destruir o que deveria ser preservado...
Os blogs da nossa terra não correm risco se continuarem a divulgar o que são factos e verdades sobre o que se entender sem ultrapassar o limite da liberdade de expressão, podemos estar tranquilos por enquanto, também é verdade que o que incomoda pode ser alvo de ataque.

Um abraço
Carlos Rebola

Anónimo disse...

é um belo trabalho o teu!Fico feliz de saber que existem pessoas que se preocupam com a preservação da natureza.

Carlos Rebola disse...

Obrigado Iriscelta

Se cada um de nós fizesse-mos o que foi recomendado na Cimeira da Terra realizada no Rio em 1992, "pensar global, agir local" estou certo que o nosso ambiente, nesta nossa casa comum que é o Planeta Terra, seria muito melhor. como diz o ditado "muitos poucos, fazem muito". Sei que também tens feito a tua parte e não é nada pequena.
Aqui nas nossas dunas há muita coisa que poderia ser feita, espero que as instituições ponham as tecnologias e outros meios de que dispõem ao serviço da qualidade e sustentabilidade da vida.
Beijos
Carlos Rebola

A. João Soares disse...

Sugere-se uma visita ao blog Sempre Jovens, a leitura do post Vamos limpar Portugal e a sua divulgação o mais alargada possível.
Portugal precisa que todos os cidadãos exerçam o seu dever de cidadania e de civismo, sempre e mais precisamente em 8 de Novembro.

Cumprimentos
A. João Soares

xistosa, josé torres disse...

Parece-me que o céu dos pássaros é a barriga dos gatos.
Neste caso, (espero que tal não tenha sucedido), parece-me que foi na dum cão ...

Um abraço.

Carlos Rebola disse...

Amigo José Torres

O céu de barriga de gato ou cão, faz parte dum sistema natural que a demasiada intervenção do homem teima em desiquilibrar, ironicamente chamam-lhe, por moda, sustentabilidade. Parece que queremos domesticar tudo, como se tudo fosse imperfeito, após muitas centenas de milhões de anos de "trabalho" natural, neste tempo de tanta informação já devíamos ter percebido que a natureza é indomável e nós humanos não lhe fazemos falta nenhuma, ao contrário da falta que ela nos faz a nós...

Ainda podemos ter alguma tranquilidade, porque os "maçaricos" continuam a correr, a debicar e a voar, sobre o areal, onde as ondas feitas espuma, desfalecem na areia.

Um abraço
Carlos Rebola