domingo, 31 de agosto de 2008

Praia da Tocha, Arte Xávega, Gaivotas e Maçaricos

Hoje fui com a máquina fotográfica, caçar gaivotas à Praia da Tocha

Após terminar a faina da pesca artesanal gaivotas e pessoas recolhem o peixe (sardinhas, carapaus, cavalas, ruivos, crustáceos e salemas) que escaparam da rede.








Os maçaricos procuram "pulgas do mar" e outros pequenos crustáceos na areia molhada

Esta gaivota parece observar, atentamente, a concorrência vinda da Figueira da Foz á Arte Xávega da Praia da Tocha, ela está perplexa com os meios mecânicos novos, por estas ondas, a cerca duma milha da praia para o lado do Palheirão. Junto da "arrebentação".
Eles aí "estão a pescar o que não deviam" como me disse um pescador da "campanha" da Arte de Xávega da Praia da Tocha.
O Provérbio: - "Jornada de mar não se pode taxar"

8 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Mais uma "ferroada" nos vendilhões da costa.
Depois queixam-se que são os espanhóis ...
Quando cá chegam, já está feito o trabalho sujo, junto da costa.
Então "atacam" um pouco mais longe, "limpando" tudo.

Temos sorte, porque vai ficando a areia e a água salgada ...

Lembro-me que estive 4 meses no Quinfandongo, um pouco a Norte de Luanda, (Cacuaco). Ali, apanhava quilos de pequenos camarões, lulas, polvos, sardinhas e outros pequenos peixes, que os "grandes" desdenhavam, mas que faziam petiscadas de encher o "papo".

Todos ficamos mais pobres ... mas contribuímos para engrandecer uns poucos ...

A. João Soares disse...

Caro Carlos,
Pesca proibida não é pecado fora do contexto. É um dos muitos sinais da incapacidade de o homem moderno viver em sociedade, deixando-se guiar pelos interesses pessoais, sem olhar aos prejuízos para os outros e para a Natureza, o ambiente.
Nos tempos da pedra lascada, cada grupo tinha as suas regras de convivência. Hoje o egoísmo subiu ao máximo, deixando de se respeitar, valores de vida colectiva. O lucro pessoal, o vil metal é a medida do sucesso, nem que seja obtido à custa do tráfico de veneno, de roubos a pessoas a caixas do multibanco ou a carrinhas de transporte de valores. E não é apenas «virtude» de marginais esfomeados. Os governantes procuram atingir a mesma finalidade pessoal, à custa dos nossos impostos e outras alcavalas e ónus.
É preciso implementar um «choque» de civismo, de ensino e de esclarecimento da população, ensinando-a a reclamar a usar o livro das reclamações e todos os meios possíveis para apontar o dedo de forma determinada àquilo que deve ser melhorado. E se não bastar apontar o dedo, terá de ser apontada outra coisa mais eficiente.
A propósito, ontem ouvi falar da «Revolta da Madeira» que foi um levantamento levado a cabo na Ilha da Madeira (Portugal) por militares e civis contra a Ditadura Militar (1926-1933), iniciada na madrugada de 4 de Abril de 1931. Sem apoio internacional, os revoltosos eram comandados pelo general Sousa Dias.
Hoje parece não haver portugueses com um mínimo de coragem para defender os direitos das pessoas à segurança e à liberdade de levarem uma vida sem preocupações com a sobrevivência física.
Há dias, no México, houve grandes manifestações contra a insegurança e a criminalidade. Nós, por cá, tudo bem!!!
Um abraço
João

Táxi Pluvioso disse...

Ainda há gaivotas? Aqui no meu beiral, noto cada ano que passa, menos andorinhas.

Carlos Rebola disse...

Amigo José Torres

O grande problema é que os recursos marinhos são limitados e existe um limiar de exploração desses recursos, a partir do qual os "stocks" não se regeneram. E a continuar esta exploração intensiva as gerações futuras já não terão o prazer de consumirem produtos frescos e selvagens, simplesmente porque o "progresso" acabou com eles, para gáudio dos que hoje se empanturram com eles.
A pequena pesca artesanal sempre existiu sem por em causa a sustentabilidade, os meios modernos de captura intensiva é que são o problema.
Quando era criança os peixeiros traziam essa mistura de pequenos peixes, lulas e crustáceos onde predominava a sardinha pequena (petinga) e eram comidos refogados em tomate cebola e acompanhavam batata cozida com a pele, uma delícia. Hoje ainda há petinga mas as pequenas lulas já desapareceram.

Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo A. João Soares

Uma curiosidade

Perante o que estava a acontecer ali junto à rebentação das vagas, ao ver os tripulantes da traineira a lançarem uma bóia à água, pensei que se podia tratar de alguma acção ilícita, pensei em contrabando de droga e dirigi-me à praia onde se encontrava um militar da GNR e disse-lhe depois de me identificar pelo nome "não sei se informação que lhe vou dar é relevante, mas na rebentação a cerca de uma milha a norte da praia, anda uma traineira que lançou uma bóia à água" a resposta do militar foi "sabe isso tem mais a ver com a Polícia Marítima ou com a Guarda Fiscal" retorqui-lhe "dê seguimento a esta informação" não sei se o fez. Mas veja a Guarda Fiscal foi integrada na GNR e ele o agente da autoridade da mesma instituição (GNR) responde como respondeu. Não sei se a informação seguiu para onde devia. Depois falei com os pescadores que me disseram que "eles andam a pescar o que não devem".
Este laxismo é mais um estímulo à criminalidade que se avoluma.
Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Táxi Pluvioso

O número de espécies animais que desaparecem (se extinguem) por ano é enorme. A continuar assim o dia virá, em que desaparecerá a última gaivota e a última andorinha.

Um abraço
Carlos Rebola

xistosa, josé torres disse...

Mas então não há dimensões mínimas para o peixe a apanhar?

Agora lembrei-me das peixarias espanholas, POR TODO O LADO, seja a Norte, a Oriente ou a Sul.
Têm grandes quadros com as dimensões mínimas dos peixes, crustáceos, etc.
Depois olhamos para as banca e vêem-se os filhotes dos que estão na fotografias colocadas nas paredes.
Não sou pescador, mas não é necessário muito para perceber que há quem pesque com "rede mosquiteira", tal a "limpeza" que fazem nos mares.
Mas no sábado, na Makro, havia à venda petinga, para aí com uns 5 a 7 centímetros, à venda, congelada em sacos de 2 Kg.
Será que abriu a caça a tudo o que mexe?

Carlos Rebola disse...

Amigo José Torres

A lei permite que se comercialize uma percentagem deste peixe miúdo como a petinga ou o "jaquinzinho", porque apesar da malha das redes ser larga (legal) o peixe graúdo faz de tampão ao peixe pequeno e este não escapa, sendo pescado sempre algum mesmo que não se queira. A percentagem é que pode não ser cumprida.
Daí aparecer a petinga e o carapau miúdo á venda legalmente, para os deliciosos petiscos que se confeccionam com estes peixes.

Um abraço
Carlos Rebola