sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O potencial pedagogico do lixo das dunas da Praia da Tocha. Lição viva sobre o progresso industrial e económico.

A Praia da Tocha está limpa, mas o areal dum lado e doutro da mesma está a transformar-se numa enorme lixeira.
Se não existe nenhuma entidade capaz de retirar este lixo (dizem sempre os responsáveis que todos somos responsáveis pela defesa do ambiente que é de todos, pelos vistos menos de alguns dirigentes locais). Pensei que em nome da cultura, educação e formação poderiam aproveitar as potenciais disponibilidades pedagógicas da referida lixeira nos areais dos lados norte e sul da Praia da Tocha.
Como dando aulas sobre a nossa economia e industria no local, tipo roteiros culturais de Verão à descoberta dos valorosos documentos encontrados na lixeira da praia em franco desenvolvimento. Os conhecimentos adquiridos teriam a ver com as áreas ilustradas a seguir e outras a descobrir.




Industria da cordoaria e artes de pesca


O grande desenvolvimento da industria do plástico e da borracha



O petróleo e seus derivados força de desenvolvimento



A industria da Construção Civil na dinâmica económica



O dinamismo da industria tecnológica de equipamentos eléctricos e electrónicos


As biotecnologias na preservação e desenvolvimento da fauna marinha


O investimento estrangeiro e o aumento da competitividade



A industria do lazer e do lúdico para felicidade de todos



A industria alimentar


Ao serviço da higiene e beleza
O desenvolvimento da industria do calçado

E santos rebuçados para a tosse


Custa a crer que ainda não tenham aproveitado este enorme potencial pedagógico para o desenvolvimento cultural do concelho e que daria umas coloridas e apelativas e convincentes reportagens nos jornais nacionais.


Actualização (5 Set 15h)


Peixe "alimentado" a plástico (biotecnológico)

No Domingo passado na campanha da "arte xávega" o pouco pescado como sempre acontece neste tipo de pesca foi maioritariamente cavala (sarda) adquiri algumas parte confeccioneias frescas e parte congeleias, hoje preparei algumas em postas para que fritas aconpanhassem um arroz de tomate, para meu espanto!? uma delas tinha dentro um cordel verde de plástico (de rede), já estão a surgir peixes alimentados a plástico que devem confundir com algas, um indicador do será o futuro se não se inverter esta situação de poluição da Terra e Mar.
Esta é a parte visível, mas e os hidrocarbonetos, os metais pesados, os agrotóxicos... despejados aos milhares de toneladas nos rios e mares e que não se vêem?


O provérbio: - "Vão as leis onde querem os reis"

14 comentários:

Arsenio Mota disse...

Uma questão relevante e muito séria tratada a sorrir! Coisa tão triste realmente só pode ser tratada assim, em termos de brincadeira... A careta real está bem à vista e mostrada no terreno (areia). Até quando? Tem a palavra os serviços de limpeza da Câmara, mas também, caramba!, o público sem boa educação cívica, que sem contemplações espalha lixo por onde passa. É preciso espalhar educação ambiental!
Bem-haja, amigo Carlos Rebola, por mais este trabalho meritório!
Abraço cordial.

Chapa disse...

São décadas e décadas a comportarmo-nos como se a natureza fosse uma imensa incineradora de lixo. Sempre me interroguei acerca do que leva as pessoas a deitarem tudo para o mar, ou a deslocarem-se ao meio do campo para largarem entulhos e lixos vários.

Maria disse...

O humor negro, mais colorido que vi até hoje ! este post de lixo é uma pérola preciosa !

MARIPA disse...

Revolta tanta falta de civismo...
Até parece que há pessoas que fazem gala em deitar lixo de toda a espécie por todo o lado !
Será que nas suas casas também procedem assim? Não podem alegar que é por falta de ensinamentos,porque há muito que a educação ambiental faz parte da nossa vida...mas há muita gente que continua "a deixar andar".
É uma pena!

Bem-haja por este trabalho fotográfico.

Bem-haja,também, pela sua visita ao meu mar que também é o seu!

Posso deixar-lhe um beijo carinhoso?

o que me vier à real gana disse...

Caro senhor, brilhante, o seu post! Só uma coisa : a "coisa" repete-se noutras dunas, noutros concelhos...infelizmente!...

A. João Soares disse...

Uma prova muito evidente da falta de civismo da população. Ignorância e resistência à mudança de comportamentos.
O ensino tem que se tornar mais adequado às necessidades do País, a fim de tornar as pessoas mais civilizadas nas suas acções.
Qualquer acto do homem é nocivo à Natureza, há que reduzir essa nocividade.
Posts como este, muito bem elaborado, são um bom contributo para o respeito pela Natureza.
Felicitações e um abraço
João

Anónimo disse...

Venho, é claro, agradecer, e retribuir, a sua visita ao meu blogue. Acabei de perceber que a epidemia também ataca outros "corpos". Gostei do seu texto. Um assunto tão sério com uma abordagem irónica, sorridente e colorida... Uma verdade, infelizmente comum, que ninguém quer ver. Tanta falta de civismo e de educação...

Cumprimentos

Anónimo disse...

O potencial seria só da Praia do Tocha?! Meu caro, o mundo está virando uma grande lixeira... As fotos poderiam correr mundo através das escolas - as crianças ainda têm alguma chance de mudar as coisas, se nós mesmos dermos chance a elas.

Agora me diz: você comeu aquele peixe?!

Abraços

xistosa, josé torres disse...

Poderia ser pior, mas para se ver bem, até lâmpadas apareceram.
Os poluidores parece que estão bem organizados.
Isto não pode ser assacado ás autoridades.
É uma questão de educação individual de que não sabe conviver com outros semelhantes.
Isto é um caso perdido ... há uns anos, um colega meu ia ficando aleijado e bem, por ter pisado um bocado duma garrafa partida.
Por sorte, o prevaricador, que tinha atirado os bocados da garrafa, mandou o filho tapá-los com areia.
Íamos a passear e ... sucedeu ele pisar o caco.
Foi em Lavra - Matosinhos, que na altura não era vigiada.
O que o safou foi o dono dum bar que o meteu no jeep e o levou para o hospital.
Depois de comentário em comentário, alguém informou quem tinha atirado a garrafa e assim descobriu-se o infractor.
Foi a Polícia marítima que tomou conta da ocorrência, porque andavam sempre á cata das licenças de barracas e guarda-sóis.
Pagaram-lhe os tratamentos que não foram poucos e andou uns meses de canadianas.

Agora essa lixeira toda, só pode ter sido fotografada na LIPOR, a empresa que faz o tratamento de lixos no grande Porto ...

parece que já lhe disse, deram-me um recipiente verde para o lixo vulgar, um amarelo e outro azul.
Não vou explicar as cores porque todos conhecem.
Lá faço a selecção do lixo que é recolhido, o para reciclagem, uma vez por semana.
A minha mulher, o ano passado, foi com os alunos em visita de estudo á LIPOR.
Sabe o que viu?
O lixo que separamos para reciclagem, em casa, é todo misturado e lá é que o voltam a separar ...
Parece que estamos num país do 3º mundo ...

Há muitos anos que não vou para aí.
Lembro-me que as Ruas tinham números como em Espinho, parece-me que era aí na Tocha.
Uma boa semana.

Anónimo disse...

Cheguei de Lisboa há cerca de 4 horas e verifiquei, para meu espanto, que uma ruptura na rede de distribuição de água, na Rua do Chão Novo, no Zambujal, lá continua há cerca de um mês!!! Liguei para o piquete da INOVA E.M. a pedir explicações. Disse-me o piquete que ia passar pelo local para averiguar! Ora, sabendo eu que esta rotura já foi denunciada há cerca de um mês, pergunto se não devemos exigir responsabilidades, à autoridade competente (a INOVA) pelo desperdício de um bem escasso, por si administrado mas que é de todos, paga por todos. Exige-se à INOVA que aja, nestes casos, com a rapidez com que agiu na introdução da tarifa de disponibilidade na factura da água!

xistosa, josé torres disse...

Foi só para espreitar se a corda de plástico ficou bem frita.

fotógrafa disse...

Não é preciso prometer que serás
"um amigo para sempre".Basta
sê-lo.Basta dizer sim ao dom
que cada um é para o outro e
aquecer-se no calor desse milagre.

Bom FDS
abraço

Táxi Pluvioso disse...

Dentro de 50/100 anos todos esses objectos, hoje chamados lixo, valerão uma pipa de massa. É dar tempo ao tempo.

Madalena Barranco disse...

Olá Carlos, adorei conhecer seu blog em defesa da Natureza. É preciso divulgar, sim, o que às vezes parece ser "inocente", assim como jogar um papel de caramelo no chão, mas que acaba causando um terrível impacto à pobre Mãe Natureza.

Um grande abraço e muito obrigada pela sua visita do meu bloguinho Flor de Morango, que através do amor às letras também falamos pelo bme do meio-ambiente.
Madalena