quinta-feira, 17 de julho de 2008

"não baixem os braços"

Com o devido respeito ao Senhor Presidente da República, quando ele pede aos portugueses que "não baixem os braços" deve estar a referir-se àqueles portugueses que num esforço heróico e patriótico recebem por mês, tanto como dois mil trabalhadores (2000) em igual período.

Será que o Nosso Presidente da Repúbica se dirige àqueles que nunca fizeram outra coisa na vida senão trabalhar arduamente, havendo alguns que chegaram a pagar "braçal" um imposto devido ao Estado por terem dois braços de trabalho?

Penso que gente assim, a merecer o vencimento que auferem, só é possível porque produzem riqueza equivalente aos tais 2000 portugueses. Assim, se tivermos 50000 (cinquenta mil destes trabalhadores a valer cada um por dois mil) 0,5% da população portuguesa (dez milhões), isto equivale a 50.000x2000=100.000.000 (cem milhões) de trabalhadores produtivos, não haverá crise que nos atinja e o problema está resolvido. Já viram?

O crescimento será espectacular, os outros continuarão a comer a "sopita", não vão em futebois, feita do que produzem no quintal ou nas hortas urbanas, agora na moda, aumentando a poupança para que se paguem as dívidas.
Como faz o Tí Manel Rebelo exemplarmente com menos que 0,0005% do salário mensal dos "heróis da produção" que ganham mais de 2000 salários mínimos por mês.

Senhor Presidente da República o nosso povo não pode baixar os braços, porque é do seu trabalho que garantem a sua sobrevivência... e o povo não é suícida, o que pede é justiça na distribuição da riqueza que produz.

O provérbio: - "Da pobreza, tira o forte riqueza mais nobre" "

14 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Nem tempo tenho de contar os desempregados, mas são mais de 500.000, QUINHEnTOS MIL.

Com tanto que há para fazer neste país, só há dinheiro para chorudos sanguessugas?

E a força braçal que elevou o país ao nível que vai decaíndo?

O Presidente, é um dos responsáveis pelo estado da vida nesta terra.

ESTEVE NO GOVERNO, (era o Chefe), NA ALTURA DOS MILHÕES E MILHÕES QUE NEM TINHAM TEMPO DE SEREM CONTADOS, QUE VINHAM DA CEE.

Quem não sabe governar uma casa, demite-se ... ou então gasta á tripa forra.
O que este está a fazer, (O Sócrates - é assim que os trato, com a intimidade com que me roubaram, na pensão de reforma, depois de estar já reformado. São o bando do Ali Babá, mas com muitos incorporados, que se juntaram aos 40 iniciais ...)

Teremos sorte se os espanhóis nos cortarem a água, que sempre negaram fazerem transvazes, mas todos os vimos, é só ir com atenção e nos anexarem ...

Passaremos a hablar el castellano!!

Um bom fim de semana.

Não sei se vou aparecer ... estou com a Net emprestada, porque vim fazer uma cura de águas do Loureiro, traçadas a Alvarinho, com a designação de Trajadura ...
Depois tenho que me bater por uma espetada mista de peixes, uns chocos com tinta, para encher a caneta e um polvo, tipo manteiga.

!Felizmente que há luar" e tenho os areais do Rio Minho, para de papo para o ar, conseguir a conjugação perfeita da terra com o paraíso ...

Um bom fim de semana.

Carlos Rebola disse...

Amigo José Torres
Um bom fim-de-semana por esse verde refrescante do Minho.
Os chocos sempre produziram aquela tinta, a sépia, nome derivado do nome científico do animal "Sepia orbignyana", com a qual temos muitos documentos escritos e desenhados que ilustram e descrevem a história da humanidade.

Quanto ao "não baixem os braços" o que se pede é uma afronta àqueles que toda a vida trabalharam quantas vezes sem a consciência do poder do seu trabalho, amigo se pensarmos que os que vivem do trabalho alheio entram em pânico quando um sector dos autênticos produtivos deste país ameaçam parar, é caso para perguntarmos porquê esse medo?
Bertol Brecht escreveu um poema que dá a resposta veja aqui (http://sol.sapo.pt/blogs/navegante55/archive/2006/09/21/Quem-faz-a-Hist_F300_ria_3F00_.aspx). Eles exigem aos seus assessores e têm mais de dez milhões que façam o que depois dizem ser os seus grandes feitos, só por isso têm medo que os tais dez milhões baixem os braços.
Quanto ao falar a língua mãe veja a crónica muito interessante de Arsénio Mota em
(http://arseniomota.blogspot.com/2008/06/praa-da-galiza.html)

Um grande abraço
Carlos Rebola

fotógrafa disse...

As minhas noites, são noites abertas,
É tempo que passo, em...compasso...
De espera ,feita...quimera...
de espera, feita... silêncio.
………………………………………..
FDS iluminado…
abraço

Olá Carlos,queria pedir-te um favor, é que quero comentar no blog do nosso amigo rato, Pasta de Recortes, e não consigo, não te importas de comunicar-lhe que entre no meu blog e me diga como posso fazer para aceder aos comentários?
Obrigada pela boleia..rsrsrs
abraço

Carlos Rebola disse...

Olá Fotografa
Obrigado pela visita e pelo poema, é bonito, e espero que não esperes muito nesse compasso e fantasia de silêncio...

O Rato fez uma “maldade” apagou o blog e todos os "nossos" comentários, penso que não foi obrigado a fazê-lo. Depois recomeçou-o, do zero, e nos primeiros dias podemos fazer comentários, eu fiz dois, mas agora é necessário um registo para os fazer, mas não sei como. Parece-me que o rato se “entocou”.
Abraço
Carlos Rebola

Arsenio Mota disse...

A expressão «não baixar os braços» é ambígua, parece-me, intencionalmente. Pois não é de um político? José Torres e Carlos Rebola, porém, entenderam-lhe bem o sentido real: «trabalhai prá frente, ó gente!» Mas é evidente que nunca se trabalhou tanto como na actualidade -- e tão barato! Já foram feitas comparações socio-económicas que focaram os anos do pós guerra até anos oitenta, que foi quando se estruturou, note-se, o agora tão destruído Estado- Previdência, ou seja, o regime de grandes benefícios sociais. direitos, férias e tempos livres, etc. E havia dinheiro, recursos para tudo! Pois agora não há. É preciso aumentar a produção, é preciso trabalhar mais, sempre mais, e por mais miserável paga. Vocês sabem bem para que mãos vão parar as «sobras extra», mas o povo ceguinho... o que saberá ele? Por isso temos de continuar a exigir a qualificação cultural do povo ceguinho como condição válida de desenvolvimento do país e único caminho viável para sairmos do atraso e... evitar a desgraça que José Torres prevê, a tal «anexação»...
Abraço cordial (e desculpem a extensão deste comentário) :-)

Carlos Rebola disse...

Caro amigo Arsénio Mota

Voltamos sempre ao mesmo mote "é condição necessária (sine quo non) a educação". É aqui que se deve, deveria, investir para que o país cresça integralmente em paralelo o reforço do estado social "Estado-Previdência" grande conquista da revolução francesa (1789 Liberté, Egalité, Fraternité), para que todos beneficiemos do progresso.
Está a ser destruído, sistematicamente, o que a humanidade construiu de bom e humano ao longo dos séculos e milénios, os princípios e valores desenvolvidos, por Homens sábios, hoje tão desprezados, marginalizados e quantas vezes amesquinhados e alvos de chacota.

Um grande abraço, obrigado pelo comentário que merece reflexão e também desejo que passe um bom Domingo junto das pessoas que lhe são queridas em Bustos.

Carlos Rebola

Mariazita disse...

Com uma matemática destas até eu me sinto uma ricaça!!!
A verdade é que nunca se trabalhou tanto (horas) e se produziu tão pouco (qualidade).
Na raiz do problema está o ensino, cada vez pior. E o facilitismo dos exames (que a Milú nega!) não contribui em nada para a melhoria da situação.
Quem e como dar-lhe a volta é que não se sabe. Mas que a coisa tá preta, lá isso tá!
Bom Domingo.
Beijinhos
Mariazita

xistosa, josé torres disse...

Antes do mais, esqueci-me de agradecer a referência que me faz.

Com a "conversa", acabei por me esquecer.
Como mais vale tarde, do que nunca, aqui fica o agradecimento que é devido.

Nem tudo será tão mau, se verificar aqui:
http://criativodegalochas.blogspot.com/2008_07_01_archive.html

vai descobrir que os nossos parlamentares estão bem classificados, nos ordenados que recebem.
Também tanto trabalho ...
Nem tudo é mau.
Também se pagam bem ...

Somos uns milhões a contribuir ... só é pena não haver pedras suficientes para escorraçar estes pilha-galinhas.

Carminda Pinho disse...

Amigo Carlos,
o Presidente da República, de vez em quando diz uma frase sem qualquer nexo, para vir na primeira página dos jornais e aparecer na televisão.
Os portugueses deviam ficar de braços bem levantados era quando fossem as eleições e não os baixarem sequer para "botar" a cruzinha no boletim de voto.
O que ele quer...sei eu...como diz o outro.

Bjs

Táxi Pluvioso disse...

Penso que o sr. presidente se refere a um assalto. Quando estamos a ser assaltados, os braços ficam ao alto, em sinal de "não dispares leva a carteira".

fotógrafa disse...

“A cantiga é uma arma…
e eu não sabia…
A cantiga é uma arma…
Contra a burguesia…
Tudo depende da raiva,
E da alegria!!!”…rsrs

Hoje é sexta feira…BFDS!!!

Abraço

BIA disse...

Ah, como me revoltou essa frase do presidente, no exacto segundo em que a noticiaram, não me calei,barafustei, barafustei até deixar cair os braços exausta...é isso que aquela cambada toda pretende de nós...
Anestesiados até à medula, não há véu que se afaste nem verdade que se descortine, nem voz que se levante mais alto...isto já não vai a bem...

Abraço aberto a outro


BIA


BIA

BIA disse...

Mais tarde, continuo as leituras!

Parabéns por este excelente trabalho de "socioantropologia" em defesa do Ambiente!

Deu-me umas ideias para um projecto de trabalho

BIA

Carlos Rebola disse...

Bia

Temos e devemos usar o nosso direito à indignação.
Mas o que realmente nos revolta é vermos que estão a tentar alienar-nos, e pior ainda é vermos qual é a solução, expô-la e os senhores do "nosso" destino não nos ligarem patavina, (só nos ligam quando precisam do "nosso" voto "a sua passagem para o poder") como que a dizer quem manda sou eu vocês são uns impotentes.
Isto é um logro que nos tentam impingir (os políticos que temos)porque no fundo eles sabem e têm medo desta "impotência" que a qualquer momento se pode manifestar na potência que realmente temos, o povo que lhes deu o poder o qual não respeitam, gente anónima (outra arma dos políticos, o voto não deveria ser secreto, para que cada um individualmente o pudesse retirar quando achasse que deveria fazê-lo) que confiou nas suas promessas, que hoje verificamos serem falsas.

Beijos
Carlos Rebola