segunda-feira, 2 de junho de 2008

ROTUNDAS JARDINS

IMI, impostos, água, manutenção, custos presentes e futuros. Atenção às SOLUÇÕES ALTERNATIVAS Câmara Municipal de Cantanhede!!!








Autênticos buracos em campos de golfe nos quais ninguém pode jogar, mas onde se jogam recursos que seria licito serem do conhecimento de quem os custeia com os seus impostos incluindo o IMI, contas claras como fazia o meu avô na sua mercearia, levas um kg de açúcar pagas, 4$50, é quanto custa, assim sem falácias, terra a terra, neste caso rotunda a rotunda.






Um jardim em cada rotunda, custa nestes moldes, XXXX €, aos contribuintes, porque o escudo já acabou...

Sabem quantas "rotundas jardim" temos no concelho de Cantanhede?



Já observaram o que se passa nessas rotundas?
Sabem qual é a área de cada rotunda, o buraco do meio onde não andam carros?


Será essa área entre 500 e 1256 metros quadrados dependendo do diametro da mesma.
Será que está correcto manter este estado de coisas nas rotundas, autênticos jardins de estufa?
Não lhe parece um absurdo, que a ser explicável ninguém acredita na explicação?



Queremos beleza nas vias de circulação mas a custos mínimos e possíveis.

Há arranjos paisagisticos que unicamente precisam ser delimitados.

Vejamos

Esta é uma rotunda na Circular "Miguel Torga" em Cantanhede




O escritor poeta, Adolfo Correia de Oliveira, escolheu como psedónimo Miguel Torga, "Torga" (urze) planta rústica e resistente ás agruras do clima das serranias. No entanto escolheram relva e uma planta desconhecida, entre nós, importada (talvez dos países nórdicos) e amores-perfeitos que não se aguentam quinze dias em condições dignas, exigindo uma substituição frequente.



A dureza, rusticidade e beleza rude da pedra está bem.








Mas junto da rotunda vejam o que acontece naturalmente.Nos pinhais onde se encontra a rotunda temos isto, urze, rosmaninho e belíssimas plantas que sem necessidade de água (cada vez mais cara) estão mais lindas que a rotunda que nos "come os olhos da cara".



















Poderiam substituir com muitas vantagens, incluindo as culturais, a relva e os amores-perfeitos, que decerto serão fruto de apaixonados contratos de parecerias com a CMC ou INOVA o que é o mesmo para que se saiba, (vejam quem lá funciona e como).
Como se podem reduzir os custos mantendo um bom e integrado arranjo paisagistico nestes espaços rodoviários?



As respostas e as propostas.







Atenção Senhor presidente e executivo do município de Cantanhede, jardins em rotundas, eventos culturais todos os dias, sim, mas depois de satisfeitas outras e mais prioritárias necessidades dos seus munícipes. Veja o Zambujal, os terrenos comunais que devem ser postos ao serviço da população, o saneamento básico que não passa de uma promessa há quatro anos de tubos enterrados há quatro anos e que sujou, poluiu uma grande área da nossa Reserva Ecológica Nacional que ainda está por limpar. As necessidades espirituais como a contemplação do belo (flores "amores perfeitos") serão sentidas quando as outras estiverem satisfeitas, veja a pirâmide de Masllow. Parece-me que esta situação não é restrita ao Zambujal, mas se o for é urgente acabar com assimetrias no Concelho de Cantanhede, se o não for é necessário um desenvolvimento harmonioso em todo o concelho, pensem no nosso património, depois pensem nas "rotundas jardins de relva e amores perfeitos".








Isto é piroso e muito caro




(Até parece que os automobilistas com toda a família no carro, estacionam na rotunda "descarregam" e vão visitar o jardim que lhes é oferecido com plantas tão belas e aromáticas!!!)




Um dia Mao Tsé tung pensou na revolução cultural, flores em vez de trigo e arroz, pôs na desgraça e fome o seu povo. Há lições com as quais podemos aprender. Podemos ser pequenos comparados com os chineses mas também somos gente... Excesso de "cultura" por vezes "acultuada", pode asfixiar aqueles que não entendem ou não podem aceder a essa "cultura" apesar da cultura estar ali para ser usufruida (a cultura também se usufrui) batatas também.

Por favor não façam o "milagre" de transformar o "pão" em amores-perfeitos e rosas em Janeiro nas rotundas, esse "milagre" sai muito caro a quem precisa desse "pão" para sobreviver e a própria CMC diz que são muitos, pelos números dos que recorrem à "Colmeia" e outras instituições caritativas. Que voltaram a estar na moda como o "chá e canasta" de outros tempos mas com as mesmas intenções caridadezinha. "ensinar a pescar não..." depois quem nos faz homenagem por termos dado o peixe que também nos deram, para podermos fazer caridade?!! Aliás "um dos caminhos da Salvação eterna" se não houvesse pobreza como poderia-mos fazer este glorioso e "doloroso" caminho da caridade, rotundas incluidas no processo?!


A modesta proposta:

- Que cada rotunda tenha a decorá-la a flora e materiais encontrados na zona da mesma.




(borragem)

- Se há olival que a rotunda tenha oliveiras e por base rosmaninho, borragem, papoilas, etc.

- Se há pinhal... pinheiro, urze, rosmaninho...

- Sobreiros... Carvalhos, esteva, giesta...

Para cobertura do solo utilizem, rosmaninho, urze, esteva.

Depois deixem à natureza o seu ritmo natural e as plantas darão flores coloridas no seu tempo e graciosamente.




Deixem-se de tentar fazer milagres que custam caro a todos e quase ninguém nota, nas rotundas todos tem pressa de sair.

A água aqui gasta só pode vir de dois aquíferos o "Cársico da Bairrada" (Olhos da Fervença "exsurgência principal") e aquífero de Ançã - Cantanhede (Fonte de Ançã "exsurgência principal"







Os aquíferos são "depósitos subterrâneos" de água que são alimentados pelas chuvas, nada nos diz que amanhã as chuvas escasseiem e a taxa de consumo da água dos aquíferos poderá ser superior à taxa de reposição da água dos mesmos, daí a importância do não desperdício, já vi rotundas a serem regadas no Inverno sob chuva intensa.



Eis uma lista de algumas plantas xerófilas, da nossa região:





Urze vassoureira (centro da rotunda)"Erica arborea L."




Urze vermelha (cobertura do solo) "Erica cinerea"




Giesta (centro da rotunda) "Cytisus striatus"




Rosmaninho (cobertura do solo) "Lavandula pedunculata"




Gilbardeira (centro da rotunda) "Ruscus aculeatus L."




Tojo (centro da rotunda) "Ulex parviflorus"




Escarrapiteiro ou Pirliteiro (centro da Rotunda) "Crataegus monogyna"




Murta (centro da rotunda) "Myrtus communis L."




Esteva (cobertura do solo)"Cistus ladanifer"




Madre silva (centro da rotunda) "Lonicera implexa Aiton"





Abrótea "Asphodelus sp."




Milefólio (erva tágena) "Achillea milefolium"





Hipericão "Hypericum perforatum (L.) "





Açucena "Lillium longiflorum"




Papoila "Papaver Rhoeas"




Alcachofra "Cynara cardunculus subsp. scolymus"


E tantas outras, o que é preciso é sair do luxuoso gabinete e ir ao terreno, quando por exemplo, se abre uma estrada que se faça recolha, pois é lá que estão as plantas da nossa região e não no catálogo do Garden Center aí estão "amor-perfeitos, túlipas e gardénias Holandesas" e sementes de relva para campos de golfe cheios de buracos, charcos, bandeirinhas e birds, coisas que todos sentem e poucos entendem porque nada lhes dizem.

Mas se quiserem e seria aceitável dêem nomes às rotundas, como por exemplo a rotunda da giesta, do sobreiro, da esteva, do rosmaninho, seria aceitável, chic e pedagógico se o nome correspondesse à planta predominante ou em destaque na referida rotunda.

Nas rotundas usem plantas xerófilas e autóctones (urze, giesta, murta, "borragem", papoila, rosmaninho, alecrim do monte, etc.) e poupem a água porque amanhã fará falta, mesmo que a retirem de furos o mesmo é dizer das reservas que se encontram nos aquíferos (Cársico da Bairrada e Ançã - Cantanhede). A água será o "petróleo" do futuro.

Ou fazendo o contraste, mas deixem-se de relva e flores de estufa e também esses desenhos pirosos com pedrinhas de várias cores e cascas de árvores. Algumas com calçada como se andasse por ali alguém em passeio contemplativo.

Canalizem esses recursos humanos e materiais (utilizados na manutenção dos jardins "Versalhes" das rotundas) para onde são realmente necessários, para o meio urbano onde existem pessoas que não estão de passagem salvo as devidas excepções.




Com o "Ouro do Brasil" é fácil fazer flores.

Se quiserem decorar uma rotunda em meio urbano com plantas mais exóticas usem xerófilas como estas, Yucca e Penacho ou Erva das Pampas, flores do meio-dia " Gazania rigens" já utilizada, que resistem e são bonitas também.







A manutenção de cada rotunda assim gerida (como um autêntico jardim) deve ter custos que deveriamos conhecer, nós munícipes, contribuintes, pagadores de IMI e taxas várias de "disponibilidades"... Os contibuintes munícipes merecem mais, até porque são eles o garante da vossa boa situação, enquanto funcionários e autarcas do nosso Munícipio .


Então cumpram as vossas funções como esperamos que façam, foi assim que se expectou, ao lhes dar a nossa confiança com o voto que tanto choramingaram.






Chamam-lhes arranjos paisagisticos, em Brasília chama-lhes "balões e estão desenhadas no pavimento, e cumpre-se o seu objectivo, fazer circular o trânsito...


Basta umas marcas "marcos" e teremos algo duradoiro e não destruído com o "beneplácido" da CMC.




O provérbio: - "O dia de amanhã não nos obedece."

18 comentários:

Henrique Monteiro disse...

Helá!

Este post tem pano para mangas! No entanto, penso que um município a quem foi atribuído recentememente o prémio de "boas práticas ambientais" estará certamente a ponderar a tua proposta. Não é que eu acredite nisso, pois quem confunde eucaliptos com plantas autóctones da região, certamente confundirá amores perfeitos com papoilas! Resta-nos a esperança de que o bom senso impere, já que a tua proposta, que subscrevo, apela a esse bom senso que é a gestão racional do recursos naturais.

Um abraço.

xistosa, josé torres disse...

Depois deste tratado de botânica autóctone, passando pela componente hidráulica, pela rodoviária e por último a POLÍTICA, fico ansioso de voltar a Cantanhede.

Será que estou a escrever ao futuro Presidente da Câmara?

Só lhe peço que nessa altura, não se esqueça que já foi munícipe.

Será que lhe chegam aos ouvidos, dos Cães Grandes!!!) tão abalizadas opiniões???

Parece-me que começou mal a semana para alguns e não foi para o amigo Carlos Rebola.
Deixe o pessoal fazer a digestão do fim de semana!

QUE LIMPEZA!

Arsenio Mota disse...

Caro Carlos Rebola:
Outro trabalho seu, meritório! Ao percorrer a sua extensão, dedo indicador no rolador do rato, saboreei como que um passeio instrutivo e belo que estivesse a fazer na sua companhia. Aprendendo nas rotundas consigo, educando consigo o olhar, observando o certo e o errado posto no terreno, caminhando mais, aprendendo mais... Em suma, que beleza! E que grande lição (mais uma!) aqui fica. Oxalá não se perca na soleira da porta de quem de direito! Porque é lição positiva e entregue de mão beijada.
Abraço cordial.

Manel disse...

É a obra do autarca em toda a sua pujança.
Cantanhede a bela de belas rotundas, regadas com água dos Olhos da Fervença, que as gerações do futuro disxarão de regar.
Um abraço

Júlia Galego disse...

Carlos, a mania das rotundas percorre este pobre país de norte a sul, com decorações as mais bizarras que se pode imaginar. O que diz quanto ao "ajardinamento" das rotundas aplica-se também no caso dos jardins-jardins. Tenho vindo a assistir a uma "remodelação" do jardim cá do burgo, absolutamente fantástica. Até parece que temos água em abundância para desperdiçar e dinheiro a rodos para uma manutenção que deve ser muito cara. Até podia ser o campo de treino da equipa de futebol da terra...
Abraço

Anónimo disse...

O Ferroada, porque jovem não se lembra dos placards da campanha do actual presidente da camara da cantanhede. Mostravam o pai Catarino e o filho "adoptado" Moura. Os jardins veem do pai, e a Biocant não e sabe para quem é.
Quanto ao negócio da plantas, O GANDARÊS anda a preparar um estudo para publicar sobre...paraisos fiscais.

Rato disse...

carlos rebola, belíssimo trabalho. Mas se as tuas ideias vingam o negócio diminui :)

xistosa, josé torres disse...

Voltei a espreitar.
Há coisas, que mesmo ferrados, são para ver 2ª vez.
Políticas àparte, que um presidente de Câmara é alguém poderoso, não só aí ... mas infelizmente de Norte a Sul, que até se atropelam nos partidos por esse lugar ...
Sempre houve beneméritos e eu acredito piamente nas "virtudes(*)" deles.

(*) virtude - valor, nada de qualidade moral ou probidade. Não quero confusões.

Rosi Gouvêa disse...

Procuro dizer o que sinto
Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à idéia
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras...

...Alberto Caeiro...

Fico muito feliz com sua visita!
Espero ver-te sempre por lá...
Sempre me encontrarás por aqui!

Deixo para ti, meu desejo de um
belo fim de semana!

Doces beijos

Carlos Rebola disse...

Caro Sifrónio

O que me parece é que a Câmara Municipal de Cantanhede, podia fazer melhor sem sobrecarregar de tachas e mais taxas os seus Munícipes, para manter este desproporcionado estado de coisas, que não passa de propaganda que sai muito cara a todos nós. Quando nos querem convencer constantemente que devemos racionalizar os recursos disponíveis, este caso das rotundas (a vários milhares de contos cada) é exemplar.
Obrigado e um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Xistosa
Obrigado pelo seu comentário.
Não, não sou calhado para a "politica" esta que seja para os "políticos" e os seus resultados que segundo avalizados observadores externos não têm sido muito bons, para nós, que também o podemos testemunhar. Mas é nosso dever fazer-lhes sentir o que achamos das suas políticas, no bom e no mau.
Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Arsénio Mota

Obrigado por me ter acompanhado nesta caminhada pelas rotundas que nos são tão caras e com tantos recursos graciosos à sua volta.
Seria bom para todos que as sugestões (quando razoáveis) dos cidadãos fossem tidas em conta por quem de direito.
Um cordial abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Manel

Parece que o autarca vê a cidade como sendo todo o concelho.
Estas rotundas são um autêntico escândalo, custam-nos milhões, neste tempo de poupança de recursos, sendo o principal a água.
Deveriam de haver menos prémios do ambiente e muito mais práticas para o proteger e defender.

Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Júlia obrigado

Realmente continuamos a ser um país de fachadas, até parece que os senhores autarcas estão ao desafio para ver aquele que tem o melhor "cartaz" quando o que deveria contar era a boa qualidade de vida dos seus munícipes com jardins sim mas sem exageros megalómanos. Com serviços públicos mais em conta e de melhor qualidade.

Um beijo
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Gandarês

Há parcerias muito engenhosas e que resultam no campo da biologia, é uma questão de se evitar a diversidade.
Estou ansioso por esse estudo sobre ...paraísos fiscais.

Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Amigo Rato

Obrigado pelo elogio ao trabalho.
Quanto a estragar o negócio penso que é muito dificil.

Um abraço
Carlos Rebola

Carlos Rebola disse...

Rosi Gouvea

Obrigado pelo Alberto Caeiro pelo teu poema e pela tua visita.

Beijos
Carlos Rebola

Anónimo disse...

Há já muito tempo que tenho vindo a alertar para esta situação a tenho precisamente a mesma opinião quanto à utilização de plantas endémicas não só nas rotundas mas também nos jardins das nossas casas.

Subscrevo inteiramente o Carlos Rebola.