terça-feira, 18 de março de 2008

Reflexão - "Cartas"

Reflexão - "Cartas"
Temos uma carta arqueológica, está para breve uma carta da educação, está tratada uma carta da floresta, nesta linha teremos uma carta geológica, uma carta da paleontologia, uma carta da vinha, uma carta da água, uma carta da casa gandareza, uma carta marialva da história e por aí fora.
Aquela que actualmente podemos ter na mão e folhear é a "Carta Arqueológica do Concelho de Cantanhede" de Carlos Manuel Simões Cruz, um estudo exaustivo e digno. Mas se tiverem a curiosidade ou necessidade (porque também há quem a tenha), de ir aos sítios referenciados, fica na maioria dos casos, desiludido e defraudado no sentir, nem uma simples referência in situ do que está na carta. Experimente como exemplos "Pardieiros" em (40º 19´03´´N 8º 32´50´´W), "Pelício" em (40º 18´43´´N 8º 38´04´´W), "Monte Salgado" em (40º 17´37´´N 8º 37´48´´W) e para não ser maçador "Fonte do Rodêlo" em 40º 18´03´´N 8º 37´28´´W). Esta situação não diminui em nada o autor da referida “Carta Arqueológica” que fez o seu trabalho e bem.
É possível que no toca à floresta e à vinha estas sejam visíveis durante algum tempo porque são as gentes do povo a tratar delas, quanto ao resto... só nas cartas, e cartas "quem as não tem?" sítios nem tanto... Julgo que não ficava mal uma referência, pequena que fosse para ficarmos a saber algo naquele sítio e porque mereceu ser descrito na "Carta Arqueológica"







O que diz Álvaro de Campos sobre Cartas







Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

O provérbio: - "O que hoje parece, amanhã perece."

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