terça-feira, 25 de maio de 2010

Manuel Rebelo faleceu (25 Maio 2010)





Após uma vida de sofrimento e de trabalho duro, faleceu Manuel Rebelo.
A sua pobreza material, era a prova da sua honestidade, a sua vida foi passada a produzir riqueza que nunca foi dele. Ajudou a construir muitas habitações e edifícios (foi pedreiro), pois como dizia Dom Hélder da Câmara, "na hora da retirada dos andaimes e inauguração do edifício, ninguém se lembra dos operários que o construíram".
A minha homenagem a Manuel Rebelo um construtor de riqueza que viveu e morreu pobre.
Obrigado Manuel Rebelo pela partilha da sua grande riqueza de valores humanos que tão pouco pão dão a quem os possui.


"A PROPÓSITO DA IGUALDADE DE DIREITOS

 Para que conste e....jpg
A Lei 2105
(de António de Oliveira SALAZAR) 

Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês.


Corria o ano de 1960 quando foi publicada no "Diário do Governo" de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e do Presidente do Conselho de Ministros, Oliveira Salazar.

Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro "Salazar e os milionários", publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo". Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes.

E que dizia, em resumo, a Lei 2105?


Dizia que ninguém que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública podia ganhar mais do que um Ministro. Claro que muitos empresários andaram logo a espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido devido à redacção do diploma, que permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, "receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros".
A publicação desta lei altamente moralizadora ocorreu no Estado Novo de Salazar, vai dentro de 2 meses fazer 50 anos. Catorze anos depois desta lei "fascista", em 13 de Setembro de 1974 (e seguindo sempre o que nos explica o livro de Pedro Castro), o Governo de Vasco Gonçalves, recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105 e, através do Decreto Lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes o vencimento de um Secretário de Estado. Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o 446/74, passaram simplesmente os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do que ganhava um Ministro para uma vez e meia do que ganhava um Secretário de Estado.
O Decreto- Lei justificava a correcção pelo facto da redacção pouco precisa da 2105 permitir "interpretações abusivas" permitindo "elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma". Ao lermos esta legislação hoje, dá a impressão que se mudou, não de país, mas de planeta, porque isto era no tempo do "fascismo" (Lei 2105) ou do "comunismo" (Dec. Lei 446/74). Agora, é tudo muito melhor, sobretudo para os reis da fartazana que são os gestores do Estado dos nossos dias.
Não admira, porque mudando-se os tempos, mudam-se as vontades, e onde o sector do Estado pesava 17% do PIB no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%. E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos.
Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) ganha a monstruosidade de 420.000 euros por mês, um "pouco" mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365.000 mensais.
Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa.

Assim - e seguindo sempre a linha do que foi publicado - conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100.000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200.000. O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250.000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu.

Não averiguei quanto irá vencer pela Europa, mas quase aposto que não será tanto como ganhava aqui na Santa terra lusitana. Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens...) da lista dourada que o "Sol" deu à luz há pouco tempo.

Curioso é também comparar este valores salariais com os que vemos pagar a personalidades mundiais como o Presidente e o Vice-Presidente dos EUA, os Presidentes da França, da Rússia, e...de Portugal.

Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês.

Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446 de Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar:

Basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar.



AFINAL QUEM SÃO OS FASCISTAS    

                                             Dias de Carvalho"
Recebido por E-mail


Lá é igual a cá


As pessoas sensíveis
As pessoas sensíveis não são capazes 
De matar galinhas 
Porém são capazes 
De comer galinhas 

O dinheiro cheira a pobre e cheira 
À roupa do seu corpo 
Aquela roupa 
Que depois da chuva secou sobre o corpo 
Porque não tinham outra 
O dinheiro cheira a pobre e cheira 
A roupa 
Que depois do suor não foi lavada 
Porque não tinham outra 

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto" 
Assim nos foi imposto 
E não: 
"Com o suor dos outros ganharás o pão". 

Ó vendilhões do templo 
Ó construtores 
Das grandes estátuas balofas e pesadas 
Ó cheios de devoção e de proveito 

Perdoai-lhes Senhor 
Porque eles sabem o que fazem. 

Sophia de Mello Breyner Andresen



A citação: - "O verdadeiro cristianismo rejeita a ideia de que uns nascem pobres e outros ricos, e que os pobres devem atribuir a sua pobreza à vontade de Deus" Dom Hélder da Câmara
                                                

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eles dançam o tango, para uma maioria de tanga


Já em 1880 era o DÉFICE o macaco das danças da tanga (macaquices, é o que é, e continuam)





Para quem tiver paciência para ler, vale a pena este artigo,  de
 Baptista Bastos


"Um dos grandes escritores portugueses, Manuel da Fonseca, costumava dizer que viver no salazarismo não só nos roubava a alegria mas, também, nos obrigava à vulgaridade de dizer mal do regime, constantemente e sem tréguas. "Não encontro nada para elogiar nesta corja", dizia.
"Corja" era uma palavra de que se servia para qualificar não só os políticos que governavam o País, como maus escritores, maus jornalistas, maus cineastas, maus artistas. Para Manuel da Fonseca um "mau" era todo aquele que se não comprometia com o seu tempo e rejeitava os testamentos legados, numa continuidade de ordem ética que explicava a razão estética.
Lembrei-me do meu velho companheiro inconformado ao ler, há dias, no "Jornal de Notícias", uma crónica de Manuel Poppe, escritor e ensaísta, que, durante anos, foi crítico literário do "Diário Popular". Trabalhei, durante vinte e três anos, naquele vespertino; e se nem sempre estive de acordo com Manuel Poppe nunca deixei de o respeitar. Ele procedia de uma linhagem crítica cujas raízes se podem, acaso, encontrar em Albert Thibaudet, nas teses da "Presença" e, decorrentemente, em João Gaspar Simões. Poppe é um homem informado, veemente e categórico, e, além disso, leitor voraz e de amplitude vária - virtudes hoje fora de moda, e que me agradam sumamente.
Na crónica no "JN", Poppe lembrava o imenso autor de "O Fogo e as Cinzas", em palavras comovidas, as quais reflectiam, afinal, o vazio em que o país cultural se encontra. Em 1958, Manuel da Fonseca publicou o seu último grande texto literário, o romance "Seara de Vento". Na edição da Caminho, o escritor adicionou importante prefácio, no qual narra as circunstâncias históricas que determinaram aquele livro, o título que era para ter ("Tempo de Lobos") e não teve, porque Aquilino Ribeiro ia lançar "Quando os Lobos Uivam", e a precedência pertencia ao grande mestre. "Eram lobos a mais", disse Manuel da Fonseca.
O regime processou Aquilino, por ofensas à magistratura, um escândalo que indignou a Europa intelectual, correu por toda a Imprensa estrangeira (por cá, nem uma linha!), e implicou abaixo-assinados com os nomes mais importantes da cultura europeia, entre os quais Mauriac e Sartre, Vittorini e Cesare Zavattini. É uma história sórdida que, por si só, devolve o retrato do regime no que ele detinha de mais revoltante.
A perseguição à inteligência nacional aniquilou o que de melhor e mais universal possuíamos. E os homens e as mulheres coagidos a viver no estrangeiro são tantos, cuja enumeração se perde na mais honesta das contagens. Conspirava-se, entrava-se na clandestinidade com o Partido Comunista, as proibições de quase tudo atingiam aspectos demenciais. O Portugal esquizofrénico, de que falou o prof. Eduardo Luís Cortesão não é uma fantasia. Ficaram-nos resíduos persistentes dessa endemia. Abrandámos, um pouco, o sufoco, logo a seguir a Abril e até Novembro de 1975. A festa era demasiado ruidosa para os ouvidos delicados dos grandes senhores. A arregimentação dos interesses captou prosélitos entre jornalistas de todos os ramos e de todas as servidões. A caça aos profissionais recalcitrantes transformou-se numa espécie de desporto sujo, no qual colaboraram alguns então esquerdistas, hoje convertidos aos meneios do "mercado" e às modas da delação.
O que tem sucedido, nos últimos dois anos e meio, suscita as mais fundas preocupações no espírito dos homens livres. E alcança níveis muito semelhantes àqueles que vivemos antes do 25 de Abril. Não tenhamos medo das equivalências: o medo está instalado, não sei por quanto tempo; o culto da denúncia estatui a precaução de se falar, de se criticar, de se comentar; o Estatuto do Jornalista é um documento perverso, que acentua o clima de receio, de temor e de vingança. O próprio facto de as leis laborais serem extremamente danosas para quem trabalha por conta de outrem introduz o sobressalto e sugere o cerco aos que se insurgem. Há casos inconcebíveis de represálias. Tal como noutros tempos ominosos.
Esta gente demonstra praticar um subhumanismo, ou uma falta absoluta de humanismo que julgávamos definitivamente arredados da sociedade portuguesa. Banalizaram a impiedade, converteram em normalidade o que é aberração. Subtraíram-nos o pouco que nos sobrava do contentamento antigo. E generalizou, em nós, o descontentamento e a angústia. Ter de dizer mal todos os dias não constitui nenhum momento feliz. Repare-se que nenhum, nem sequer um comentador português consegue descortinar uma réstia de bondade, de sensatez e de equilíbrio naquilo que este Governo tem feito e faz.
Reverto a Manuel da Fonseca e tomo de mão o conceito que aplicou, há muitos anos, para definir essa época de tristeza, de violência e de desdém. Ele e todos os seus camaradas de geração saíram da vida com o funesto desgosto de terem percebido que não havia saída. A traição exigia devoção e cega obediência. Por outro lado, a frase famosa "Roma não paga a traidores", que o procônsul Servílio Cipião proferiu, acerca dos três assassinos de Viriato, só faz sentido como lenda. A realidade é outra: os traidores são compensados. E chorudamente. Recentes exemplos ilustram a tese.
Os valores nos quais assentava a moral das relações estão liquidados. E não se vislumbra, no horizonte mais próximo do nosso mundo, a criação de outros, pelo menos tão à altura das urgências do homem de hoje, como o foram os que formaram gerações e gerações. É uma maneira de ser e de estar violentamente arredada do nosso quotidiano. O que se nos inculca é a ideia de que a "modernidade" exige uma tenaz reinterpretação da cultura, da política, do trabalho, do modo de viver. A "mobilidade" é considerada como uma verdade quase cósmica e indiscutível.
Há dias, no restaurante onde costumo almoçar às sextas-feiras, com um grupo de amigos, escritores e jornalistas, perguntei ao ministro Mário Lino:
"Então, onde é que está o socialismo?"
"Na gaveta!", exclamou, sorridente e cheio de júbilo.
Caímos na armadilha funcionalista e tecnológica que, afinal, apenas tem beneficiado o grande capital monopolista e as estratégias financeiras internacionais. Nada disto nos é dito e esclarecido. Sobretudo por uma "Esquerda", falo no P"S", bem entendido, que ajuda a cimentar o muro da "modernidade", que nos obriga a mudar de perspectiva, de vida e até de sonhos, sem nada opor em troca. Para a classe dirigente não há alternativa. Estou em crer no contrário." 
Publicado no Jornal de Negócios em 13.07.2007



Se em 2002 era o "discurso da tanga" hoje é o "discurso do tango", mas hoje também, o género já não importa, podem casar, é legal. Charles Darwin ainda vai ter que responder perante alguém, para provar, que mentiu quando disse que "evoluímos a partir dum ancestral comum" e Sigmund Freud terá que provar muita coisa também, o que sabia sobre o "complexo de Édipo", a líbido, a sublimação e o "retorno ao útero".

O Provérbio: - "A justiça é criminosa, quando cruel"

sábado, 1 de maio de 2010

1.º de Maio

E no casino global a ganância dos mesmos que puseram o Mundo na situação actual, contínua. A mesa mantém-se farta de especulação.
Ainda é permitido aos que alimentam os especulares, assassinos livres e sem moral, um dia para reclamarem e clamarem por justiça, quem devia tapa os ouvidos, quando não os cala pela força ou pela fome. Acontece invariavelmente todo o tempo e em todo o lugar, quando os injustiçados exercem o justo direito da indignação. Isto tem tem um nome. TIRANIA.



Está mal, muito mal e quem tem o poder não quer pôr bem, porque é disso que se trata, NÃO QUEREM mudar o que está errado e é injusto. 

Citação: - "Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente" Lincoln , Abraham
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